Monday, December 6, 2010

66 anos em comum

66 anos é muito tempo, mais do que a vida de alguns, muito mais do que uma vida de trabalho, são muitas alegrias, algumas tristezas, dias felizes, dias menos bons, dois séculos diferentes, o mundo a mudar, a mudar, a mudar...

Um ENORME beijinho aos meus (nossos) avós, que casaram em 1944, quando a 2ª guerra mundial ainda não tinha acabado e que ainda cá estão hoje para fazer a festa connosco.

Monday, November 8, 2010

Heróis à moda de Lisboa

No Sábado, foi o lançamento do livro para o qual dei uma contribuição de algumas páginas, com um conto em que a personagem é Santo António. Foi um evento muito concorrido e muito animado, no Museu da Cidade. O tempo estava fantástico, e tudo correu muitíssimo bem.

Estava muito curiosa para ler os outros contos. Ainda não li todos, mas os que li não me desiludiram. Por isso, ide comprar o livro, que está à venda nas livrarias nacionais. Vamos pô-lo no top?

E um grande, grande obrigada a todos (vocês sabem quem são).

Tuesday, October 19, 2010

Será a educação que os torna estúpidos?

Um dia, uma professora de matemática do secundário há décadas, ao conversar com a R. e espantada com a sua eloquência de 2 anos, disse-me: os miúdos agora são tão espertos, quando é que será que eles ficam burrinhos como nós os vemos na escola?

Esta conferência animada, de Ken Robinson, dá-nos muito que pensar sobre o que andamos a fazer nas nossas escolas. Muitas vezes vejo miúdos sedentos de aprender na primária que se desinteressam progressivamente, tornando-se adultos apáticos, e desejo sempre que não tenha sido a escola que os pôs assim. Julgo que não será completamente verdade, que há muito mais por onde pegar (a família, a vida acelerada do séc. XXI, a dispersão de informação e a sua progressiva perda de qualidade, a conjuntura de emprego), mas há realmente muita gente desmotivada e isso é preocupante, para não dizer deprimente.

Pessoalmente, a escola foi uma experiência rica e gratificante e esforçamo-nos imenso para que para a R. e o A. também seja. Aquilo que tentamos é que eles gostem de aprender e aprendam bem as bases (ler, escrever, contar, pensar...). Não há nada como gostar de aprender! O modelo de Robinson, quanto a mim, podia resumir-se a isso mesmo - aquilo que se aprende e forma como se aprende pode ir mudando ao longo da vida, mas é fundamental que não se perca esse prazer.

Monday, October 18, 2010

De boas ideias é que precisamos

E de bons princípios também. A conferência TED da Isabel Allende, está aqui e comove. Não podia estar mais de acordo com ela, não há nada mais repugnante do que quando o nosso mundo pensa que avança a espezinhar os mais fracos. É um belo, inspirador e bem humorado discurso.

Wednesday, October 6, 2010

Heróis à moda de Lisboa

Bem, agora já é oficial. Tem lançamento marcado e tudo. Podem ver aqui de que estamos a falar.

Mais um texto dos apontamentos - São Martinho cidade-jardim

Descobri, há uns tempos, este texto: uma comunicação proferida por Álvaro de Oliveira, no 1º Congresso Nacional de Turismo, em 1936. Visto hoje, parece um megalómano delírio fascista, especialmente se pensarmos como era São Martinho do Porto em 1936. À época, quem sabe?



"...uma avenida marginal se estende em sentido oposto, como dois braços que se curvam, segue a encontrar-se vis-a-vis junto à estrada da barra, semelhando no seu conjunto à baía de San Sebastian, em Espanha, onde surpreendente efeito de luz, quando à noite a sua iluminação se encontra em plena voltagem, tal qual o colar de pérolas que circunda a praia de Botafogo da baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.

Em frente à barra, à vista do Oceano, levanta-se uma majestosa esplanada, centro irradial de tôda a sua circulação arterial, praça monumental - vestíbulo sumtuoso - destinada a servir a sua sala de visitas, tornando-se o logradouro de maior área e o seu principal centro.

Maravilha da jardinagem e arquitectura, esta esplanada tem na face voltada para a baía sôbre um pedestal em granito e mármore trabalhado, que representa a ponta do promontório de Sagres, batida pela espuma alvacenta do Atlântico, a estátua do Infante D. Henrique, - figura sonhadora olhando o mar - tal como a criou a obra magistral do escultor Francisco Franco.

Vasco da Gama e Pedro Álvares Cabral, no centro de dois parques ajardinados, ladeiam o Infante das Descobertas.

Na face voltada para Alfeizerão, a estátua de D. Afonso Henriques, ladeada pelas do Mestre de Aviz e D. Nuno Álvares Pereira, atesta a Independência Lusitana

Uma alameda, correndo entre a linha do Oeste, corta perpendicularmente a esplanada.

Tomando a linha do fundo, a Avenida Central, de uma alameda e dois arruamentos, corre imponente, como exacto prolongamento do seu eixo, até à praça da Basílica, em primoroso estilo manuelino, erecta à Imaculada Conceição, antiga Padroeira de Portugal. Integrada está, desta arte, esta principal via na sua função de corredor nobre.

Outras avenidas, ruas e alamedas, praças e relvados.

Blocos de construção moderna, edifícios de altura uniforma, modernos hoteis, restaurantes, terraços, escolas, cinemas, campos de jogos, mercados, estabelecimentos comerciais de linhas modernas e alegres e cheios de luz.

Correios, telegrafos, telefones, repartições públicas, serviços de águas, esgôtos e saneamento, iluminação moderna numa pavimentação das mais perfeitas e recomendadas.

Aproveitamento das suas águas termais e sua esplendida praia, pontes de acêsso ao alto do Facho, ermida de Santa Ana e Santo António, cujo primeiro môrro é o mais alto da costa portuguesa.

Interêsse maior oferece o sistema adoptado para as edificações das zonas residenciais onde o problema da habitação encontrou solução interessante e justa.

Eis o meu projecto levemente esboçado nas suas linhas gerais."

Monday, September 27, 2010

E tu, distigues o céu do inferno?

Hoje é dia de vir trabalhar de bicicleta. Eu sempre andei de bicicleta fora de Lisboa, em momentos de liberdade e vento na cara, e uma coisa que fazia muitas vezes era cantar enquanto pedalava. A prova de que já me estou a habituar a circular pela cidade, é que já me apanho a trautear, normalmente para os lados do Jardim do Campo Grande, que deve ser quando meu subconsciente acha que está no campo.
Hoje de manhã, vinha a relembrar a letra do Wish you were here, dos Pink Floyd:
So, so you think you can tell
heaven from hell,
blue skies from pain.
Can you tell a green field
from a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
Did they get you to trade
your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
a walk on part in a war
for a lead role in a cage?
E, mesmo antes de chegar ao refrão, dei comigo a (re)pensar o significado das palavras, uma coisa que às vezes acontece com frases que sabemos de cor há tantos anos e que subitamente ganham novos entendimentos.
E, enquanto punha o cadeado na bicla, fiz ali - num instante - uma introspecção sobre esta metade de vida que já levo. Gosto de acreditar que não perdi rumo à diferença entre o que interessa e não interessa e que ainda não me acomodei. Só gostava era de conseguir, mais e mais vezes, estender a consciência do que se quer fazer às acções que se praticam. Mas, enfim, para manhã de segunda-feira não foi mau...

Sunday, September 26, 2010

Afinal, para que servem os blogues?

Em 1997, eu trabalhava na Hemeroteca Municipal de Lisboa. Para quem não sabe o que é uma hemeroteca, ou para aqueles que lhe chamavam "aquela teca onde tu trabalhas", fica a nota de que se trata de uma biblioteca dedicada a periódicos, ou seja jornais e revistas.

No trabalho que fazia, passaram-me pelas mãos muitas coisas engraçadas. De algumas tomei nota. Na sexta-feira, estava a arrumar papéis, daqueles que já vieram de casa dos meus pais, e descobri alguns dessa altura. Já os tinha deitado para a reciclagem, quando pensei: "Espera, vou mas é por no blogue!"

Poderia dizer que são textos preciosos e que de outra forma se iriam perder. Ou que são tão interessantes que merecem vir para a blogosfera. Mas, na realidade, pô-los aqui é uma forma de eu não ter pena de os mandar para o lixo. Mantenho a linha sentimental que me une a eles e arranjo mais espaço cá em casa.

Cá fica, então, uma dessas maravilhas. Da Gazeta dos Caminhos de Ferro, ano 15, n.º 357, pág. 327, 1 de Novembro de 1902:

"Recebemos a seguinte carta:

Sr. Redactor
Banco do Conde Barão, 31

Meu caro senhor: Eu acredito nos jornais como num breviário.
Ora a semana passada li nas «Novidades e outras folhas» que desde o dia 17 havia carros eléctricos de vintém para o Intendente. Nesse dia, tendo que ir aos Anjos tratar d'um negócio de certa urgência, disse comigo - calha bem; vou nos tais carros novos, em que poupo 10 reis. E vim para este largo esperar. Eram oito da manhã.

Esperei, esperei, e os carros não apareciam. O dia foi-se adiantando, a fome apertava e eu não queria sair daqui para não perder o carro. Resolvi-me a mandar a casa buscar o almoço, que devorei aqui, sobre o banco, esperando sempre ver surgir o cumprimento da promessa da companhia Carris.

E eles sem aparecerem. Cá me conservei, chegou a noite, e mandei buscar o jantar, sempre de olho à mira para os lados da Esperança. Nada!

Fez-se noite, noite amena, de atmosfera limpa e temperatura agradável. E pela noite talvez eles comecem, dizia eu; e esperei mais até que adormeci.

Acordei ao despontar do dia ao toque da primeira badalada d'um eléctrico, e olhei-o sobressaltado. Era para o Intendente.

Perguntei se era dos especiais a vintém e o condutor respondeu-me delicadamente que fosse para o inferno e chamou-me qualquer coisa.

Resolvi então esperar, sempre confiado em ver aparecer o prometido carro, seguindo o mesmo processo da véspera, passou-se todo o dia e a noite, e ontem, e hoje cá estou ainda.

Mas senhor redactor, os dias vão passando e o que não passa é o maldito eléctrico de vintém! E eu não posso mais; por isso lhe peço me diga se a companhia engoliu a promessa, ou se fui eu que engoli a peta. Ou finalmente em dia começa o tal novo serviço, porque amanhã é sábado e eu preciso de ir a casa mudar de roupa, o que não posso fazer aqui. E tenho de is aos Anjos onde continua a esperar-me o negócio de certa urgência.

O que lhe posso assegurar é que eles ainda não passaram e espero que V. dê todo o crédito a esta minha afirmação, porque lhe escrevo d'um banco, que me tem servido de sofá, mesa de jantar e leito há cinco dias.

Seu constante leitor,
Francisco Ingénuo

Não sabendo que responder ao nosso estimável e paciente leitor, remetemos o seu pedido às «Novidades» que foi o primeiro jornal que deu a notícia. Este nosso estimado colega talvez lhe responda."

Thursday, September 16, 2010

Gentes e lugares - Maria da Conceição, em Sobreda do Bouro


Chegámos à casa que tínhamos marcado ao fim da tarde. Não foi fácil encontrar o socalco minhoto onde a quinta ficava e quem nos deu a indicação definitiva foi um homem num tractor, que tinha acabado de lá deixar a mulher, que - segundo nos disse - ali trabalhava.

Caminho encontrado, quem nos recebeu foi a D. Conceição ("Conceição ou Maria chamem-me o nome que quiserem, eles são os dois meus"). A simpatia que transmitiu foi tão contagiante que, de imediato, nos rendemos à sua pronúncia minhota, carregada de expressões para nós diferentes e até pitorescas, às suas iguarias culinárias (o leite creme que, segundo disse, lhe saiu mal, estava de chorar por mais) e à franqueza com que se pôs, e à casa, à disposição.

Mostrou-nos a casa, deu-nos ordem para a explorarmos à nossa vontade e foi tão cordial e compreensiva com os miúdos que eles se comportaram maravilhosamente e conversaram à volta dos rojões e das batatas fritas como gente graúda.

Na manhã seguinte, D. Conceição foi buscar dois póneis e ajudou os miúdos a montar, sempre sorridente, disponível e a fugir da máquina fotográfica.

Sem dúvida que, de tudo de bom que tem a Quinta do Sorilhal, o melhor é a presença alegre e afectuosa de D. Conceição.

Friday, July 30, 2010

Quem diria?

Quando chegamos aos dias de calor, é inevitável que, mais tarde ou mais cedo, dê por mim a trautear James Taylor, numa memória longínqua de um Sábado em que fui buscar a P. a um exame da Lusíada e rumámos a um agradável fim-de-semana de festa lá para Sesimbra, ouvindo uma cassete da J.

Este ano, o dia chegou hoje (já vem um bocado tarde, mas a memória tem caminhos longos e tortuosos...), à hora do almoço. De maneira que, quando voltei ao computador, lá fui ao YouTube procurar uma música de fundo a condizer.

E não é que descobri que, nos idos anos 70, o James Taylor tinha cabelo? E comprido!

Aqui fica a prova, em sons de Verão: http://www.youtube.com/watch?v=v2EZUw2mvjs&feature=fvst

Tuesday, July 20, 2010

Bem-vindo ao mundo, M.!

O dia de hoje é igual, mas é diferente.
Estamos mais ricos e mais felizes.

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Pequeno poema - Sebastião da Gama

Quando eu nasci,
ficou tudo como estava.

Nem homens cortaram veias,
nem o Sol escureceu,nem houve
Estrelas a mais...
Somente,
esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.

Quando eu nasci,
não houve nada de novo
senão eu.

As nuvens não se espantaram,
não enlouqueceu ninguém...

Pra que o dia fosse enorme,
bastava
toda a ternura que olhava
nos olhos de minha Mãe...

Tuesday, July 13, 2010

Bem, o Mundial ainda agora acabou, deve ser isso...



Anteontem, no carro, falávamos com o A. de como seria quando ele fosse mais crescido, para que sala iria na escola, etc., e eu perguntei-lhe:
- E vais ser bom aluno, quando fores crescido?
- Vou é ser bom jogador. Os mais crescidos trazem sempre bola!

Depois, para me por contente, disse que ia ser bom a fazer contas e que ia ler histórias de dinossauros, mas o essencial já estava dito...

Monday, July 12, 2010

La maison Channel

Um destes dias, falava-se, já não sei a propósito de quê, da Coco Channel. Diz o A.: Cocó chinelo? Pois...

Na cartografia portuguesa, qual a diferença entre mapa e carta?

A resposta mais simples e ainda assim verdadeira era: nenhuma. Uma das que obtive foi que mapa é a representação da terra e carta é uma forma escrita de correspondência. Há muito tempo que uma cotação 0 não me arrancava uma gargalhada tão grande.

Thursday, July 8, 2010

Um dos pensamentos que me atormentam é mesmo este

Diz, numa entrevista ao Público, Alberto Manguel:

"Pensa que, para além de não haver muitos leitores, a leitura está a perder terreno neste momento?

O que está a perder terreno é a inteligência. Estamos a tornar-nos mais estúpidos porque vivemos numa sociedade na qual temos de ser consumidores para que essa sociedade sobreviva. E para ser consumidor, é preciso ser estúpido, porque uma pessoa inteligente nunca gastaria 300 euros num par de calças de ganga rasgadas. É preciso ser mesmo estúpido para isso.

Essa educação da estupidez faz-se desde muito cedo, desde o jardim de infância. É preciso um esforço muito grande para diluir a inteligência das crianças, mas estamos a fazê-lo muito bem. Estamos a conseguir destruir aos poucos os sistemas educativos, éticos e morais, o valor do acto intelectual."

Monday, June 14, 2010

Eu vou, eu vou...

Hoje foi o dia de estreia da minha nova bicicleta desdobrável nas ruas de Lisboa. Com capacete e muitas cautelas, foi tãããão bom vir a pedalar desde casa. Viva a mobilidade sustentável!

Sunday, April 25, 2010

Para ti, M., 25 de Abril sempre!

Faz hoje 36 anos, eu tinha três e meio, estava em casa da minha avó e acabou o fascismo, a guerra colonial, a censura, a discriminação legal entre sexos. E a minha mãe estava grávida da J., o nosso bebé da Revolução e da liberdade.

Sinto sempre que sou privilegiada por ter crescido nos anos 70, por ter vivido, ainda criança, os primeiros anos da liberdade, quando acreditávamos que o país só podia mudar para melhor. Para mim, é um privilégio de geração conseguir apreciar tudo de bom que veio depois, sem esquecer que as mudanças foram muitas e que o antes era muito diferente, e ter ainda muitos anos pela frente para - à minha mais do que modesta escala - ajudar a melhorar o mundo.

Aprecio imensamente viver no século XXI, num país onde posso ser quem quero, dizer o que quero, educar os meus filhos como quero. As gerações antes de mim não tiveram essa sorte (basta falar do desperdício que foi não ter dado escolaridade a milhões de pessoas fantásticas que o país teve, ou dos milhares de portugueses e africanos que morreram na guerra), nem a têm muitas mulheres noutros sítios do mundo.

Por tudo isto, e porque acredito sinceramente que há muito mais pessoas boas do que más, vale a pena continuar a tentar, a formar pessoas melhores, a lutar para que as próximas gerações - mesmo sem terem crescido nos anos 70 - sejam muito melhores do que a minha.

E, agora, a J., que já nasceu em liberdade, vai ser mãe do M. Quando ele fizer seis anos e for para a escola, chegaremos ao ponto de viragem, teremos mais anos de liberdade do que de Estado Novo. Por tudo isto, e misturando história do país com a minha, obrigada J. e R.!

Thursday, April 15, 2010

Musicas de todo o mundo - B

Hoje, estamos na Bolívia, com um grupo Kala marka, que cruza tradicional de várias regiões do país. Muito giro.

Depois de uma busca nada fácil, fica também uma música da Bósnia e Herzegovina.

Tuesday, April 13, 2010

Teodoro, não vás ao sonoro...

Hoje, estava a dizer ao J. que não sabia bem como ia fazer na sexta-feira, porque preciso de ir ao Porto. O A., que estava por aqui a brincar, disse:
- Eh, não vás. Não gosto do Porto. Vai antes ao Sporting!

Wednesday, April 7, 2010

Qual é a palavra para isto? Ah, pois é!

Hoje, fui buscar ao A. uns ténis que lhe tinham oferecido e que ainda estavam dento da caixa e troquei-os pelos usados, que estão pequenos e muito velhos. Daí a bocado, apareceu ele com a caixa a dizer: "Mamã, vais descomprar estes sapatos?"

Friday, March 19, 2010

Feliz Dia do Pai

"Pai, és divertido.
Para mim és o maior!
Gosto muito de ti.
Beijos da R."

Esta mensagem e um pequeno almoço na escola com pais, que teve direito a mesa de banquete, máquina de café e jornal, foram os bons dias que os nossos miúdos deram ao J. Há lá melhor maneira de começar o dia?

Quanto a mim, o meu pai também é divertido, também é o maior, inspirou muitas decisões boas da minha vida e, claro está, gosto muito de ti!

Friday, March 12, 2010

A piada do dia

Ontem, ao chegar à escola, estava um cartaz com a piada do dia. Qual era? Na visita à Gulbenkian, a monitora perguntou à sala da infantil se sabia em que continente viviam os macacos. Responde o A.:
- Os macacos não sei, mas os Ferrari vivem na Europa!

Enfim, para além de me rir, ainda fico um bocadinho contente de saber que, pelo menos, o miúdo sabe que a Europa é um continente...

Saturday, March 6, 2010

Dormindo com os tubarões

A noite passada, a R. e eu dormimos no Oceanário. Foi uma experiência maravilhosa e inesquecível, proporcionada pela festa de anos da I., em que todos se portaram muito bem. Os monitores eram excelentes e foi, a todos os níveis, uma noite mágica. Que me lembre, só hoje e outra vez, no Atlas, dormi de óculos para poder ver a paisagem mesmo, mesmo até adormecer :-).

Wednesday, March 3, 2010

Músicas de todo o mundo - B

Da Bélgica, fica um grupo que toca música maravilhosa da Arménia.

Esta música do Belize, é bonita mas vale também pelo filme, quase etnográfico sobre o povo Garifuna, descendentes de índios Caraíbas e Arawak e escravos africanos.

E vejam só esta maravilha, do Benim.

Friday, February 26, 2010

Músicas de todo o mundo - B

Hoje é o dia do Bangladesh. A música é gira, mas o vídeo é um espectáculo. Quantos destes é que já vimos, por alturas dos mundiais de futebol?

Temos, ainda, um reggae muito fixe, dos Barbados.

Da Bielorússia, não foi nada fácil escolher. Tudo o que encontrava on-line achei de fugir. Até que encontrei esta e quem me conhece sabe que eu nunca resisto a um acordeão...

Tuesday, February 23, 2010

Lisboa viva urgente

É o que diz nas placas da estação da Alameda, ligação com São Sebastião. Só me lembrei daqueles textos em que se experimentam diferentes pontuações:

Lisboa? Viva urgente!
Lisboa viva: urgente!

Friday, February 19, 2010

Musicas de todo o mundo - começa o B

Aqui fica uma música originária das Bahamas, popularizada pela Joan Baez, e uma de que gostei muito, do Bahrein.

Saturday, February 13, 2010

Remember me - Adeus, João Martins

Foi a mensagem de despedida deixada pelo João, antes de dar os passos terríveis que iriam acabar com a sua vida, de 21 anos. Deixou em todos nós uma sensação de irrealidade e de impotência, deixou uma família estável, deixou colegas e professores que gostavam dele, deixou uma vida toda pela frente. É certo que nunca o vamos esquecer, mas gostava tanto que não fosse por esta razão! É tarde para perguntar porquê e para pensar o que poderia ter sido feito, só nos resta esperar que ele esteja em paz agora e começar a aceitar a sua partida. E esperar que, a todos os que estão a viver este momento, possa servir de sinal para que peçam ajuda, quando precisarem. Na nossa escola, onde todos se conhecem pelo nome, vai ser um segundo semestre de luto, isso é certo.

Tuesday, February 9, 2010

Músicas de todo o mundo - para terminar o A

Esta noite de folclore tirolês é uma pérola da Áustria! E, para algo completamente diferente, terminamos o A com o Azerbaijão. Vamos ver o que nos espera no B (eu nem posso esperar!)...

Friday, February 5, 2010

Músicas de todo o mundo - A

Que gira é esta música da Arménia!

E esta, descoberta no Aboriginal Rock Music Festival da Austrália, vai com os meus votos de um bom fim-de-semana!

Thursday, February 4, 2010

A que é que uma mãe pode aspirar mais?

Um destes dias, disse ao A.: "És muito querido, sabias?"

Ao que ele respondeu: "Tu também não és muito chata!"

Enfim, é a verdade de quem tem 3 anos e ainda não sabe dizê-la com floreados...

Tuesday, February 2, 2010

Músicas de todo o mundo - A

Ora aqui está um momento hilariante da Arábia Saudita, cujo humor nos escapa mas contagia...

E também, um belo som da Argélia e, dedicado à B., o meu músico preferido da Argentina, que tive o enorme prazer de ver ao vivo, há uns vinte anos, em Lisboa.

Monday, February 1, 2010

Musicas de todo o mundo - A

Aqui fica Antigua e Barbuda.

Musicas de todo o mundo - A

Hoje é o dia da Alemanha (com direito a serrote como instrumento) e de Andorra. Esta última é a primeira participação do país na Eurovisão (em 2004), que foi um marco, por ter sido cantada em catalão. Quem diria que a Eurovisão ainda despertava paixões?

E fica, também, uma experiência bem gira em Angola.

Janeiras e Fevereiras

Um destes dias, estava a explicar à R. o que eram as Janeiras e a cantar algumas músicas da época. É então que ela diz:

- Eu sei uma música das Janeiras: "Venha ao Pingo Doce, de Janeiro a Janeiro"...

Thursday, January 28, 2010

Subtilezas

Na piscina onde vamos, há um cartaz à entrada do estacionamento onde se diz que se "declina qualquer responsabilidade na ocorrência de danos ou roubos". Gosto particularmento da delicadeza que está subjacente à palavra "declina". Como que fosse algo que gostariam muito, muito de aceitar, mas não pudessem, por razões alheias à sua vontade. É muito mais simpático do que as folhas afixadas no balneário onde a expressão usada é "não se responsabiliza"...

Wednesday, January 27, 2010

Músicas de todo o mundo - A

Albânia, no equivalente a uma noite de fado vadio (digo eu...)

Musicas de todo o mundo - A

Hoje é a vez da África do Sul e do Acrotiri e Decelia.

A primeira vez que ouvi músicas sul-africanas ao vivo foi na Expo 92, em Sevilha, e recordo-me que só passado um bom bocado é que percebemos que a música era toda cantada e não havia instrumentos!

Quanto ao Acrotiri e Decelia (dados wikipedia), a primeira vez que ouvi falar delas foi ontem... não é um estado soberano, são bases britânicas soberanas no Chipre, administradas pelo Ministério da Defesa Britânico.

Tuesday, January 26, 2010

Músicas de todo o mundo - Inauguração oficial

Vai começar hoje, aqui mesmo no blogue, um novo projecto pessoal. Procurar uma música de cada país do mundo e colocá-la (ou ao link) aqui. A ordem vai ser alfabética e sem nenhuma preocupação, a não ser a de escolher uma música que me agrade. Estou ansiosa pela pela descoberta e espero que os meus visitantes a apreciem tanto quanto eu.

Começo pelo Afeganistão.

Tributo ao Haiti

Passados já tantos dias, começa a ser tempo de enterrar os mortos e cuidar dos vivos, como já se disse em Lisboa, em 1755. Se virmos as imagens do GoogleEarth do Haiti percebemos que já era um país, de certa forma, em escombros. Só nos resta esperar que desta tragédia resulte algo de maior. Aqui fica um tributo musical, na voz de Webert Sicot, um músico famoso do país.

Saturday, January 23, 2010

Em Janeiro...

uma hora por inteiro e, quem bem olhar, hora e meia há-de achar.


Enfim, a Primavera não está quase, mas lá chegaremos...

Sunday, January 17, 2010

Santo Amaro

Este fim-de-semana, foi a festa de Santo Amaro, em Alfeizerão. Encontrei aqui algumas informações sobre a vida de Santo Amaro, que também é festejado não muito longe dali, em Pombal.

Não sei qual a origem da comemoração deste santo ali, mas a festa religiosa - com a respectiva procissão - é acompanhada de vários outros usos e costumes, que estive hoje a aprender. Há sempre uma feira, onde os produtos tradicionais são os colares de pinhões e de maçãs, a fogaça da festa (vendida na capela), em forma de ferradura, as cavacas. Outros pontos altos altos da festa são a fogueira no largo, que arde vários dias e noites, o grupo de homens que vai cantando pela vila, até não poder mais (o que quer dizer até o álcool os vencer) e ainda a votação de quem será o juiz da festa do ano seguinte.

Numa época em que as tradições são transformadas em momentos turísticos e se inventam festas e festivais por todo o lado, é sempre bom ver que ainda existem momentos em que a tradição se reinventa a si própria, numa renovação constante daquilo que era.

Wednesday, January 13, 2010

Back to the 80's...

Pois é, a moda retro está na mesmo na moda. Em tudo. Até nas redes sociais virtuais, onde fervilham grupos de reencontro dos amigos de infância e adolescência. Graças aos e-mails e ao Facebook, no próximo Sábado tenho um almoço com os amigos do liceu. Ou seja, aquelas pessoas à volta de quem (se exceptuarmos a família e um ou outro amigo) a minha vida gravitou entre 1984 e 1989 e com os quais não mantive muito contacto depois disso, porque a vida é mesmo assim... Prevejo momentos divertidos. Apesar de não achar, como na música, que foram "the best days of my life", foram bastante bons, há que reconhecê-lo.

O meu primeiro pensamento quando soube do almoço foi, também ele, um regresso à adolescência: O que é que eu hei-de vestir? Suponho que uma permanente com popa, uns ténis Sanjo, uma camisola preta com duas riscas horizontais e um casaco com grande chumaços estão fora de questão...

Monday, January 11, 2010

Balanços

O ano de 2009 foi, aqui em casa, um grande ano. Bem sei que temos a crise e blá, blá, e que o rendimento é sempre curto, mas agora compreendo como é que é possível algumas pessoas de mais idade acharem que os seus anos de juventude foram sempre maravilhosos - mesmo quando passavam fome, havia muito mais doenças sem cura e viviam em ditadura.

No fundo, sabemos bem que o que realmente nos afecta é o que diz respeito à nossa família e amigos chegados. Se eles estiverem bem, tudo o resto passa para segundo plano. E se pensar que, em 2009, não fui a nenhum funeral nem hospital, que as maleitas foram menores ou maiores, mas ultrapassadas, e que terminámos o ano com toda a família junta, acho que se pode dizer que foi um ano muito feliz.

E já se sabe que a felicidade não tem grande história e que gozá-la gasta tempo e energia. Ainda assim , há momentos deliciosamente partilháveis, como o A. a rezar "Beijinho da guarda, minha companhia..."