Tuesday, April 24, 2007

25 de Abril sempre!

Do livro A liberdade, o que é?, de José Jorge Letria, oferecido à R. (obrigada F. e S.)

"A Liberdade
é um circo que torna livres
todos os bichos."

"A Liberdade
é um pequeno gesto
onde cabe tudo o resto."

"A Liberdade
é um ponto final
em tudo o que nos faz mal."

"A Liberdade
é um capitão a beijar
a alegria de um cravo."

"A Liberdade
é ter tempo para dar
mais tempo aos outros."

"A Liberdade
é um menino
de todas as cores."

"A Liberdade
é um país sem medo
a tentar ser feliz."

Friday, April 20, 2007

Mas isto não tem solução?

Como gosto de futebol, custa-me muito que parte da claque no meu clube seja constituída por energúmenos, que aproveitam as emoções fortes que este desporto provoca para dar largas às suas personalidades doentes. Não há espectáculo mais triste do que ver chegar as claques aos estádios, rodeadas de polícia de intervenção por todos os lados, insultando tudo e todos aos gritos. Infelizmente, parecem o que são: criminosos a ser transportados de jaula em jaula. E é lamentável que os clubes os apoiem e achem que precisam deles para alguma coisa.

Que esta gente tenha protagonismo no mundo corrupto do futebol já é absurdo, mas que passem para a prática partidária democrática é mesmo ridículo. Como é possível que seja permitido ter um partido político cujos militantes gritam, à porta da PJ, "Viva o Hitler, seus filhos da p***"? Que sentido faz isto?

E como parece que toda a gente acha isto normal, acho que a única solução é haver mais jogos de futebol. Pelo menos, assim, sabemos onde é que eles andam e a polícia está de olho neles...

Wednesday, April 18, 2007

Tell me, why? I don't like Mondays!

Um massacre numa universidade americana, resultou em mais de trinta mortos. Mais um, diz-se, porque já vamos ficando indiferentes. Ouvi mesmo um comentador dizer que aquela era uma escola com um plano anti-terrorismo, que se não conseguiu evitar um ataque isolado não teria resistido a um ataque terrorista, que as pessoas têm tendência a ir esquecendo as coisas (como o 11 de Setembro) e não a tirar lições delas, blá, blá, blá...

Eu fico sempre a pensar o que é que teria passado pela cabeça daquelas pessoas que acordam um dia e massacram dezenas de pessoas. E nos pais delas, que, aposto, quando elas nasceram não pensavam que esse era o seu destino. E lembro-me sempre da música dos Boomtown Rats, a banda de Bob Geldof, que é sobre uma rapariga de dezasseis anos que, numa segunda-feira, alvejou os alunos de uma escola primária. Quando lhe perguntaram porquê, respondeu "I don't like Mondays".

I don't like Mondays - Boomtown Rats

"The silicon chip inside her head
Gets switched to overload.
And nobody's gonna go to school today,
She's going to make them stay at home.
And daddy doesn't understand it,
He always said she was as good as gold.
And he can see no reason
'Cause there are no reasons
What reason do you need to be shown?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down.

The telex machine is kept so clean
As it types to a waiting world.
And mother feels so shocked,
Father's world is rocked,
And their thoughts turn to
Their own little girl.
Sweet 16 ain't so peachy keen,
No, it ain't so neat to admit defeat.
They can see no reasons
'Cause there are no reasons
What reason do you need to be shown?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down.

All the playing's stopped in the playground now
She wants to play with her toys a while.
And school's out early and soon we'll be learning
And the lesson today is how to die.
And then the bullhorn crackles,
And the captain crackles,
With the problems and the how's and why's.
And he can see no reasons
'Cause there are no reasons
What reason do you need to die?

Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
Tell me why?
I don't like Mondays.
I want to shoot
The whole day down."

Friday, April 13, 2007

Sexta-feira 13, bora esconjurar bruxas e beber uma queimada virtual?

Conjuro galego da queimada

(...)
E cando este brebaxe
baixe polas nosas gorxas,
quedaremos libres dos males
da nosa alma e de todo embruxamento.

Forzas do ar, terra, mar e lume,
a vós fago esta chamada:
si é verdade que tendes máis poder que a humana xente,
eiquí e agora, facede cós espritos
dos amigos que estan fóra, participen con nós desta Queimada.

Thursday, April 12, 2007

Ó senhor bacharel de civil assine lá este projecto!

Como não podia deixar de ser, aqui também tem de haver um post sobre a polémica do diploma, da licenciatura, das cadeiras, das mesas e das mesinhas de cabeceira do Primeiro Ministro.

Como qualquer português curioso da vida alheia, lá estive a ver a entrevista, para ver se o senhor se justificava, nos convencia ou não, se espalhava ao comprido, etc. E como, de repente, toda a gente percebe imenso de cadeiras, equivalências, burocracias universitárias e afins, suponho que foi uma entrevista que o país seguiu com atenção.

Nem acho que valha a pena discutir o cerne da questão, que me parece arrumado há que tempos. Agora, pareceu-me que o comportamento dos jornalistas foi agressivo e irritante, chegando a fingir-se ingénuos para fazer perguntas que chegavam a ser insultuosas.

A minha preferida foi aquela de os bacharéis de engenharia civil serem ou não engenheiros. Um comentador a seguir à entrevista, até já falava do "uso social do título de engenheiro"... isto é só um exemplo, mas há muitos anos que em Portugal se chamam a estas pessoas engenheiros técnicos (até já vi coisas assinadas com "Engenheiro Civil, bacharel").

Enfim, haja paciência...

Wednesday, April 11, 2007

Afinal, quem é que é Independente?

Todo este folhetim do fecho / não fecho da Independente me deixa dividida. Por um lado, penso "bem feita", estes gajos pensam que podem fazer tudo e ficar impunes. Por outro, tenho realmente pena dos alunos e dos professores que, na sua boa fé, perdem o investimento de anos e os empregos, ficando todos em situações precárias e de insegurança face ao futuro. Claro que há para aí universidades que receberão os alunos de braços abertos, mas dificilmente ficarão com equivalências totais e vão de certeza ter de fazer mais cadeiras.

E o pior é que nunca temos a certeza de a justiça ir realmente funcionar e de, no fim, ser punido quem deve. Eu não sou daqueles pessimistas que não gostam de Portugal e que estão sempre a dizer mal de tudo, mas, de facto, no que toca ao sistema judicial (ao contrário de outras áreas) temos vindo a marcar passo, para não dizer que andamos para trás. E estou cansada desta realidade em que quem se lixa é sempre o mexilhão. Portanto, porque sou optimista, espero que os senhores vão para a cadeia e paguem as dívidas que constraíram. E que o Pinto da Costa e o Valentim Loureiro lhes façam companhia, já agora...

Tuesday, April 10, 2007

A cidade e as serras

Muitas vezes tenho pensado que viver em Lisboa tem muito pouco de urbano. Pelo menos aqui para as minhas bandas, enquanto os vizinhos reformados forem os principais actores do nosso cenário. Todos os dias assisto a pequenas cenas da vida de aldeia, ao melhor estilo de Júlio Dinis. Mal acontece qualquer coisa, aparece o Sr. António, sempre com o seu boné americano, a indagar, a oferecer ajuda, a dar dois dedos de conversa. Nada passa despercebido. Se já lá vão os tempos dos coelhos e galinhas nas capoeiras, continuamos a ter vizinhas de chinelas e avental a passear os cães (e gatos!), a conviver harmoniosamente com os novos residentes, com os seus horários impossíveis e as suas vivências "modernas". Se calhar, isto é que é viver num meio urbano...

Monday, April 9, 2007

As alegrias da Páscoa infantil!

O coelho Alberto disse ao neto
que é perigoso andar a passear
pois lá na selva há crocodilos
e os coelhinhos dão um bom jantar

Mas o coelhinho não deu ouvidos
e para a selva foi passear
veio de lá um crocodilo
abre a boca e....

passo a passo o crocodilo avança...

Ai que susto, ai que susto
que apanhei no coração
a cabeça está tão quente
ai que dor que aflição!

Monday, April 2, 2007

Abril de sim, Abril de Não Manuel Alegre

Eu vi Abril por fora e Abril por dentro
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
eu vi Abril de ser e de não ser.
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito. E ainda por fazer.